8 de fevereiro de 2011

Paula Fernandes lança primeiro DVD e canta com convidados

Para a indústria fonográfica, ela ainda é uma estrela em ascensão – compare, por exemplo, os preços dos produtos de Ivete Sangalo (bem mais caros) aos dela. Para o público, no entanto, a moça já chegou lá. Principalmente depois de aparecer cantando ao lado de Roberto Carlos, em seu célebre especial de fim de ano, na Rede Globo. Nas lojas de todo o país com o primeiro DVD de carreira, Paula Fernandes ao vivo, e versão compacta em CD, a cantora sertaneja mineira, de 27 anos, começa a mostrar a que veio. Exibe parte dos dotes conhecidos apenas por quem acompanha sua ascendente carreira, iniciada aos 8 anos.



Bonita como requer a idade, postura assumidamente pop e dona de voz grave, Paula surge pronta para o mercado no show gravado em outubro. O local escolhido foi um estúdio paulistano, na presença de 400 convidados. A luz de outono sobre árvore criada por Gigi Barreto cria clima perfeito para o cenário, sobre o qual são projetadas em telão, ao fundo, imagens de elementos (terra, ar e água) presentes no discurso da jovem compositora, cujas canções nem são tão boas assim. Como convidados especiais aparecem os parceiros Victor & Leo, Leonardo, o padrinho Marcus Viana e Almir Sater, nos extras. 

Violão ou guitarra em punho (a batida repetitiva do primeiro cansa), à medida que o show avança do sertanejo em direção à música pop, a cantora troca de figurino, revelando-se belíssima, sempre.

Musicalmente, Paula vai de composições próprias (algumas fracas) – como Pássaro de fogo, Meu eu em você, Pra você, Apaixonados pela lua, Sem você, Debaixo do cacho, Complicados demais, Voa, Seio de Minas, Sensações, Quero sim, Navegar em mim, Pra que conversar?, Isso é amar você e Nem pensar – a releituras de clássicos que circulam em trilhas de novelas da TV Globo (América, Paraíso, Páginas da vida e a atual Araguaia). Passa pela pegada pop da musa country canadense Shania Twain, de quem relê, nos extras, Man! I feel like a woman. 

Verdade que o timbre envolvente da jovem mineira cai muito melhor quando ela volta à infância, na Serra do Cipó, onde cresceu ao som de modas de viola de Tião Carreiro (Amargurado), Moacyr Franco (Ainda ontem chorei de saudade) e outros ícones do gênero.

 A desgastada guarânia Índia, em versão de José Fortuna, é revitalizada em duo com Leonardo. Os dois também cantam a bela Tocando em frente, de Almir Sater e Renato Teixeira, consagrada por Maria Bethânia. Com Almir, ela aparece nos extras interpretando Jeito de mato, parceria dele com Maurício Santini. Parceiros, aliás, não faltam: depois de Victor Chaves (Sem você), ela estreia dobradinha com Zezé di Camargo em Pra você, a primeira faixa de trabalho do DVD/CD. 

Marcus Viana – que apresentou a conterrânea ao Brasil, ao convocá-la para cantar Ave Maria natureza na trilha da novela América, de Glória Perez – toca violino em Quando a chuva passar, de Ramon Cruz., enquanto Victor & Leo a acompanham em Não precisa, de autoria do primeiro. A esperada gravação de um hit do Rei, se não decepciona, deixa o gosto de quero mais. Parceria com Erasmo Carlos (“De manhã/ Um bom dia na cama/ A conversa informal/ O beijo, depois o café/ O cigarro e o jornal”), Costumes soa séria demais para a menina que Paula ainda será por muito tempo.

 
Com público fiel 
Em turnê pelo Nordeste desde dezembro, Paula Fernandes anuncia para março o início da temporada de lançamento do novo trabalho, que pretende levar ao país inteiro. “Vamos formatar o show o mais próximo possível do DVD, principalmente na questão visual”, diz, orgulhosa do resultado. A opção pela gravação em estúdio se deve à preocupação com a qualidade de áudio e vídeo. “Mas o calor do público estava lá”, avisa ela. Não foi difícil lotar o estúdio na capital paulista, principalmente depois que emissoras de rádio aderiram à promoção, sorteando convites para seus ouvintes.

Fazendo em média de 15 shows/mês, Paula atribui ao violão o papel de sétimo músico de sua banda. Autodidata, carrega um deles desde que começou a cantar, na infância. “Gosto muito. Ele me dá direção musical, me puxa. Sou agarrada com meu violão, porque comecei a tocar e a cantar ao mesmo tempo”, justifica. A guitarra, ela ganhou de presente.

O espírito jovem, garante Paula, é de raiz, sertanejo. “Com o desenvolvimento do trabalho, fui adquirindo personalidade, escutando de tudo. Por isso, não gosto de rótulos”, esquiva-se. No máximo, admite se enquadrar no “pop sertanejo”. A infraestrutura fornecida pela Universal Music, multinacional com a qual mantém contrato e está lançando o DVD e o CD, deixa Paula gratificada. “Poxa, são 19 anos de trabalho. Ser reconhecida e respeitada agora é muito bom”, revela. 
Depois dos discos de ouro e de platina que recebeu por Pássaro de fogo, a jovem cantora pretende repetir a dose com o recente lançamento. “Nestes tempos de pirataria, seria o máximo”, conclui, comemorando as 40 mil cópias vendidas do novo DVD. 

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