25 de julho de 2011

Curitiba aos pés de Paula Fernandes

Marco André Lima/Gazeta do Povo / A cantora e compositora comemora a venda de 780 mil cópias do DVD Paula Fernandes ao Vivo
A cantora e compositora comemora a venda de 780 mil cópias do DVD Paula Fernandes ao Vivo Música

Cantora mineira lota dois shows com semanas de antecedência em Curitiba e diz: o público estava carente de verdades

A segunda apresentação da cantora e compositora Paula Fernandes teve de ser marcada para apenas duas semanas após o seu primeiro show em Curitiba, desde que ela se tornou o fenômeno fonográfico do ano. Os mais de dois mil lugares do Teatro Positivo foram preenchidos um mês antes do show da última quarta-feira (20), e a no­­va data, 3 de agosto, parece ter sido um mero paliativo: os ingressos já estão esgotados há mais de duas semanas.
A façanha é uma demonstração da força comercial da mineira, que se esquiva do rótulo de “cantora sertaneja” e prefere ser vista como “representante da boa música” – sugerindo, no máximo, a categoria “pop rural”. Ela comemora a marca atingida pelo DVD Paula Fernandes ao Vivo, lançado em fevereiro deste ano: são mais de 780 mil cópias vendidas – uma cifra raríssima em tempos de pirataria plena e indústria fonográfica em crise. Ela pode chegar a 1 milhão de cópias vendidas.
Para se entender a dimensão do que está acontecendo, basta comparar os resultados da artista com alguns dos melhores números a partir dos anos 2000: Sonhando (2010), o último disco de Bruno & Marrone, vendeu 80 mil cópias; Vivo (2009), de Luan Santana, 100 mil; e Borboletas (2005), o maior sucesso da dupla Victor & Leo, 500 mil.
Junto com o DVD, a participação da cantora, a partir do ano passado, em projetos de artistas conhecidos, como o especial de final de ano de Roberto Carlos na TV Globo, é apontada como empurrão para o fenômeno. No entanto, embora a voz de Paula seja conhecida há tempos – de novelas como Paraíso (2009) e Escrito nas Estrelas (2010) – e a cantora já acumule 18 anos de carreira – ela gravou o primeiro disco aos 10 anos de idade –, o sucesso surpreende e não tem explicações definitivas.
“Acho que o público estava carente de um trabalho que tivesse verdades, que fosse original e que falasse a língua do povo. Porque é uma linguagem simples: eu sou simples, e o povo é simples”, diz Paula, tentando explicar a ressonância que seu trabalho está tendo. A cantora, nascida há 27 anos em Sete Lagoas (MG) e criada “às margens da Serra do Cipó”, aprofunda a identificação: para ela, o Brasil é feito de interiores, e os brasileiros sentem falta da maneira como se trata o amor em ambientes mais rurais, “mais inocentes”, como foi o lugar em que ela cresceu.
“Infelizmente nós vivemos uma fase em que os sentimentos são muito superficiais. As pessoas não se permitem sentir. Então, através da música, eu consigo colocar minha forma de ver o amor. O amor que eu desejo para mim, desejo que as pessoas tenham o prazer de cultivar, como era antigamente”, diz Paula. “O meu objetivo está sendo alcançado a partir do momento em que as pessoas estão se emocionando. Meu objetivo é emocionar.”

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